sexta-feira, outubro 28, 2005

o sol entra pela janela e repousa na tua face

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a casa, parece vazia
escuto o som do vento

estavas lá
vazio como a casa,

senti tua sombra
a, sombra que sobrevoava
entre labirintos da minha alma

bastam tuas mãos
cobertas de vida, para encher a casa

procuro veloz com o olhar
o brilho dos sentidos,

o encher os braços
de sonos adiados,
exaustos, atados à imensidão da noite

misteriosa linguagem
entre um pedaço de mim
e os risos forçados, sem tempo

perco-me entre a casa
e o destino

caminho, caminho sem máscara
recomeço onde a realidade parou,
sem tempo, longe da memória

sinto-te em casa de novo
cobre-te o sorriso no rosto


l.maltez

sábado, outubro 22, 2005

o caminho certo

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horas perfeitas chegaram na manhã azul
um olhar sereno, debruçado na velha janela
bebeu o chilrear dos caminhos.

portas fecharam-se aos dias passados
consumidas por palavras,

range a madeira, impregnada de cheiro
da velhice, cheiro decadente
onde o ânimo foi anulado
pela absurda melancolia

desilusões, entraram sem permissão
grávidas de dor
o ar fresco fez-se sentir,

era hora, dizia o relógio de luz carminada
hora de existir sem nada explicar


a porta abre-se, como um cenário
e a cidade espera impaciente
onde a vida não arrefece,


os espelhos das incertezas que esperem.



l. maltez

segunda-feira, outubro 17, 2005

reflexos de palavras

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reflectir letras, no romper do dia
leves,
frias,

enquanto a cidade acorda,
os lábios serrados
palpitam,
e
rolam palavras avermelhadas

no café homens de noites mal dormidas
sonham, cegamente.
evocam a tristeza
enlouquecidos num olhar
infinito

na rua o cheiro podre,
deixado nos espaços
dos que correm, na turva manhã

o lago reflectido
surpreende o terror do dia

e depois desta cidade mais outra e outra
em gestos sempre iguais,
onde só a terra remexe e se mistura de dores
dos que andam de esquina em esquina

dolorosa poluição que nos atravessa
entre nódoas de palavras vivas


l.maltez

segunda-feira, outubro 10, 2005

a exausta bicicleta

enrolo devagar a tarde imatura
toco com dedos insensíveis

sons cruzados no crepúsculo
onde olhos bebem
saudades de despedidas

o vento empurra um homem
de bicicleta amarela, enferrujada

imagem inquieta
insaciável, manchada de resíduos

lentamente avança,
no solo orvalhado

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deixa riscos determinados
que descem profundos, exaustos

silenciosa, atravesso
com o olhar místico

é imensa a mancha
pintada pela vôo violento das aves

então
secretamente recordo o homem
da bicicleta estilhaçada


l.maltez

domingo, outubro 02, 2005

intenso espaço das horas que espreitam

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cantam as paisagens
no filtrar do dia,
entre olhares rápidos do espelho,
de alguém com hipótese de trabalho

a mota contorna rotundas sobre rotundas,
no mundo da cidade inteligente,

o homem num aspecto incorrupto
acelera, sem recordar os limites

tudo parece ser igual dentro de cada um
a luz, , a sombra, o dia
onde se bebem sentimentos

tudo parece ser ali
após um dia, onde a bebida e os cigarros
fizeram parte da noite mal dormida
e sentimentos esfregados um a um

as horas prolongam-se
no pensamento viajante
onde a ressaca ainda é dor

já nada resta,
nem a paixão que lhe fez tocar um rosto


l.maltez

  o teu sorriso no esplendor de uma suave explosão chega a mim o teu sorriso. aflui com emoção e calor, como sonhos mesclados nos en...